Lá na esquina da casa
Lá na esquina da casa onde nunca me deixaste entrar
Desenrola-se um romance
de faca e alguidar
E há demasiados palavrões para que percebamos o que se passa.
Lá na esquina da casa onde nunca me deixaste entrar
O sangue e o sémen
espalhados pelo ar
Dão o mote para o começo das nossas almas próprias.
Lá na esquina da casa onde nunca me deixaste entrar
Escrevem-se poemas
de sonhos d'encantar
E copiámos adultices para dizermos um a outro.
Lá na esquina da casa onde nunca me deixaste entrar
Perguntaste-me para quem eram
os punhais a latejar
E eu respondi-te, «para tanta gente, e gente nenhuma».
Lá na esquina da casa onde nunca me deixaste entrar
As pessoas olham atentas
para o lento desmoronar
E separamo-nos, para nunca mais lá voltar.
Pedro Miguel Santos
. (151) Sentei-me à beira-m...
. (148) Um Mundo de Sonho/U...
. (144) Deixa o sol saber e...
. (142) História de vida (A...
. (137) Amar com seis senti...
. (134) O que sinto : é amo...
. (115) Partiste, sem satis...
. (112) Lá na esquina da ca...
. (107) Os olhos do meu amo...
. (106) Quero cada uma das ...
. Poesia em Rede