Rosa
Sou tão clara
Que uma gota de sangue
Rosa me faz.
E assim como a rosa, encanto.
Apesar dos aparentes espinhos.
Ao mundo deixo não mais que amor.
Foi assim para ela
À ela devotei as palavras mais doces
E um sussuro lívido nos dias tristes
À ela dediquei meu melhor poema
Rosas amarelas e uma canção
E o que fazer agora
Se dessa mesma boca ouço palavras tão rudes?
Tratou-me de forma tão descuidada
Como um jardineiro distraído
Que esmaga entre os dedos
Seu melhor botão.
Apesar de tudo, novamente passo
Rasgada por dores como fino tecido
Mágoas, pudera, não me endurecem
Sigo com meu amar assim tão instintivo.
Rumos nessa estrada
Suja de humanos
Mas meus trajes
Ainda estão limpos
Júlia Almeida